A Casa da Sagrada Família e Refúgio de São Vicente de Paulo é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) sem fins lucrativos e localiza-se na freguesia de Gaula, concelho de Santa Cruz. Funciona como Lar da Terceira Idade desde 1955.
Missão
O Lar CSF é um alojamento coletivo que tem como missão receber indivíduos, na sua grande maioria, com idades superiores a 60 anos que carecem de condições necessárias para ter uma vida plena e promover a sua autonomia e qualidade de vida garantindo serviços adequados à situação de cada utente. Tem também como objetivo primordial oferecer excelência na prestação de cuidados de longo prazo. A saúde e a segurança constituem parte integrante do seu desempenho operacional global.
A Direção está empenhada em proporcionar uma liderança eficaz na manutenção de condições de trabalho seguras e saudáveis para os funcionários e de um ambiente seguro e saudável para todos os utentes.
Valores
A Casa da Sagrada Família e Refúgio de São Vicente de Paulo tem como valores fundamentais: a generosidade, daqueles que de livre vontade prestam o seu contributo a favor das pessoas mais desfavorecidas e a solidariedade para com o próximo, com vista a proporcionar aos idosos uma vida com maior dignidade e autonomia, promovendo a saúde, o conforto, o bem-estar físico, emocional e psíquico. Acreditamos que cada utente deve ser tratado, acompanhado e orientado de forma personalizada, com profissionalismo, carinho, respeito e humanização, com vista a uma vivência positiva na Instituição.
Objetivos
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Proporcionar serviços permanentes e adequados à problemática biopsicossocial das pessoas idosas;
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Contribuir para a estabilização ou retardamento do processo de envelhecimento;
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Criar condições que permitam preservar e incentivar a relação intrafamiliar;
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Promover o bem-estar e qualidade de vida a todos os utentes;
- Potenciar a integração social da pessoa idosa, descobrindo e valorizando os próprios potenciais.
Historial do Refúgio
O Refúgio São Vicente de Paulo nasceu em 1955, na freguesia de Gaula, no concelho de Santa Cruz, fundado pela Professora Júlia Graça Sousa França. Esta começou por fazer um quarto para abrigo de alguma pessoa necessitada. Ao longo do tempo foi angariando fundos e benfeitores acabando por fazer uma grande de obra. Do quartinho fez nascer e crescer a atual casa que chegou a abrigar 124 idosos.
A regente escolar D. Amélia foi sua colaboradora durante muitos anos. Contudo a menina Alcina crescida no Refúgio foi a continuadora da sua obra após a sua morte até à entrega do Refúgio às Filhas de Caridade de São Vicente de Paulo a 01/05/1988. Manteve-se um ano na Instituição e saiu para a casa de família onde faleceu. Era ela que recolhia os alimentos numa carrinha que conduzia, e trazia-os de hotéis, restaurantes e padarias. As Irmãs assumem a gestão a partir de 1989. A Irmã Joaquina Lima Freitas foi quem dirigiu o Lar até 2011.
Atualmente a responsável é a Irmã Edilza Maria da Conceição que pertence às Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, tal como a anterior Irmã.
Em 1988, as Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo passaram a apoiar a casa, adaptaram-na dotando-a com as condições necessárias: meios materiais e humanos. As Irmãs continuaram à procura de ajuda. Atendendo à idade avançada, alguns residentes faleceram e a casa passou a contar com 108 utentes, grupo grande e difícil de trabalhar tendo em conta os recursos existentes. Nessa época, muitos utentes não usufruíam de reforma ou pensão. Foi grande o esforço para arranjar pensão social para aqueles que nada tinham.
Em 1990 a casa passou a contar com menos 23 utentes. Nessa altura foi celebrado um Acordo com a Segurança Social, tendo sido possível fazer algumas obras que acabaram por ser inauguradas em março de 1990.
Finalmente com a oferta pelo Governo Regional, de um terreno para construção, contíguo ao edifício existente, com a venda de um terreno e um donativo de um benfeitor, construiu-se a parte nova da casa, com todas as atuais exigências e respectivas comodidades.
Fonte: Cardoso.Z. (2009). Vida e Obra de Júlia Graça de França e Sousa. Editora Arguim Editora Regionalista: Madeira.
Dados Biográficos da Dona Júlia Graça de França e Sousa
Nome: Júlia Graça de França e Sousa
Data de Nascimento: 9 de fevereiro de 1897
Filiação: João Maria de França e Sousa e Isabel da Glória e Sousa
Naturalidade: Santo António, Funchal
Profissão: Professora Oficial do Ensino Primário
Falecimento: 29 de março de 1978, na freguesia de Gaula, Santa Cruz
Ação Social desenvolvida por D. Júlia Graça de França e Sousa
- Presidente, durante vários anos, das Conferências de São Vicente de Paulo Sociedade de S. Vicente de Paulo – na paróquia e freguesia de Gaula. Como mulher católica empenhou-se em apoiar a Igreja e a paróquia, sendo Catequista de várias gerações. Soube transmitir os valores da cidadania e da Fé.
- Professora Primaria, em Gaula, Sítio do Povo, criou a SOPA PARA AS CRIANÇAS POBRES, “ antecipando as Cantinas Escolares e onde, além das refeições, procedia a uma verdadeira Ação Social Escolar, através da distribuição de material escolar, roupas, viveres, etc.”. A este “complexo de caridade e desenvolvimento social” denominou CASA DA SAGRADA FAMÍLIA.
- Atenta ao homem em situação, descobriu o velho pobre e tantas vezes desamparado. Para estes, vencendo dificuldades de toda a ordem crio e fundou em Gaula, o REFÚGIO DE SÃO VICENTE DE PAULO para velhice pobre e desamparada de toda a Diocese do Funchal.
- Neste REFÚGIO investiu Júlia Graça todos os bens de Família, a sua reforma, a sua vida e todos os seus valores pessoais.
- Teve o apoio incondicional das Conferências de S. Vicente de Paulo da paróquia de Nossa Senhora da Luz, Gaula, às quais se associaram as Conferências da Diocese do Funchal. A esta Obra Social aderiram os Madeirenses, com destaque para os emigrantes.
- O Refúgio com início em 1961 (?) contava, à morte da D. Júlia com 80 idosos de ambos os sexos, na sua maioria inválidos, quando da morte da D. Júlia em 1978.
Socorrer os pobres com amor implica "engenho e arte"
Foi com Fé e com os seus dotes naturais que Júlia Graça deixou este património de serviço aos pobres! Além de docente culta e gestora, soube aplicar os seus dotes naturais:
- A observação, a riqueza da língua-mãe e a escrita ao serviço do Refúgio.
- Escreveu, e assumiu a publicação de algumas obras tais como: Vamos ao Refúgio” (1964); “Um namoro uma Vocação” (1966); “Vem comigo aos Panoramas do Refúgio” (1974), etc.etc.
- A mestria de arquiteta, engenheira, desenhadora e pintora para construir e embelezar o Refúgio. No seu contesto socioeconómico proporcionou as condições mínimas de habitabilidade e sobrevivência. Para tal conseguir, motivou e teve o apoio do bom Povo de Gaula que com o seu esforço ajudou a levantar parte do edifício.
Situação Canónica e Jurídica da "CASA DA SAGRADA FAMÍLIA E REFÚGIO DE SÃO VICENTE DE PAULO (1985 – 2007) ".
A 13 de Maio de 1985 D. Teodoro de Faria, Bispo do Funchal, criou, na Diocese do Funchal com personalidade jurídica e canónica a Fundação “CASA DA SAGRADA FAMÍLIA E REFÚGIO DE SÃO VICENTE DE PAULO”, destinada a recolher pessoas pobres da terceira idade, principalmente do sexo feminino.
A 22 de Dezembro de 1989, O JORNAL OFICIAL da Região Autónoma da Madeira, II Série – Número 216, 2º. Suplemento, publicou o Decreto de Ereção da Fundação e os respetivos Estatutos. Estava assim legalizada e reconhecida a Fundação, como Instituição Particular de Solidariedade Social. Cartão de Identificação de Pessoa Coletiva com o número de Identificação Fiscal 511 019 556.
A 28 de março de 1990 foi assinado o Acordo de Cooperação entre a Secretaria Regional dos Assuntos Sociais e a Fundação.
Fonte: “Jornal da Madeira de 25 de Janeiro de 1990”, escrito por M.M.A. – Maria Aurora Andrade – com o título UMA MULHER…UMA OBRA.